A minha saia de napa na BurdaStyle Portuguesa #5 – My pleather pencil skirt featured in the Portuguese BurdaStyle #5

Português
English (uncheck the other box and check this one)
Mais uma vez respondi ao desafio proposto pela BurdaStyle Portuguesa e tenho para vos mostrar a saia 116 da revista nº4, confeccionada com pele sintética preta.

Este molde apresenta uma variação muito interessante da saia travada convencional, removendo as costuras laterais (a frente prolonga-se até atrás) e cujas pinças foram substituídas por costuras arredondadas na horizontal. A saia tem também uma abertura atrás para proporcionar liberdade de movimento e fecha com um fecho invisível na mesma costura onde se encontra a abertura. Neste artigo (publicado na revista com algumas alterações) vou partilhar algumas dicas acerca da costura com tecidos em pele ou imitações de pele e também acerca da confecção da saia.

1 – Alguns materiais específicos usados

Na foto podem ver ums clipes especiais para segurar o tecido à medida que se cose (especialmente para tecidos que não podem ser alinhavados ou seguros com alfinetes, como a napa e a pele; se usarem alfinetes ou alinhavos tenham a certeza que os orifícios causados por estes não ficam visíveis na parte do direito da peça). Vê-se também um pé calcador de teflon (cor branca) que é especialmente útil para materiais polidos como a napa e o couro. Vejam o detalhe da parte de baixo do pé calcador, especial para reduzir o atrito:

Finalmente, sobre o fecho invisível está o calcador específico para o aplicar (detalhe das ranhuras na foto seguinte):

Outros materiais que se podem usar são um lápis de giz (ou giz de alfaiate) para fazer as marcações e agulhas especiais para pele. Cola especial e fita-cola podem também ser de utilidade na confecção com este tipo de materiais.

2 – Conselhos para o corte

Após traçar o molde pode-se acrescentar logo as margens de costura e ao prender o molde ao tecido com alfinetes, façam-no apenas ao longo dessas margens, para não marcar a parte visível da saia:

3 – Coser à máquina sem alfinetes ou alinhavos

É possível manter duas faces de napa ou pele juntas usando clipes como mostrado na foto seguinte; os clipes devem ficar espaçados cerca de 5cm e devem ser retirados à medida que se cose.

4 – Costuras arredondadas pespontadas

Ao pespontar estamos a coser sob a face mais escorregadia e o pé calcador especial de teflon pode não ser suficiente para evitar pontos em falso. Podem coser sobre tiras de papel vegetal que depois se retiram do pesponto (literalmente pelo picotado) para evitar pontos em falso. Vejam o resultado final das costuras pespontadas e o detalhe do avesso com as margens escaladas e com piques nas fotos seguintes:


5 – Fecho invisível com pé calcador especial

Neste método o fecho é aplicado às margens antes de coser a costura abaixo do fecho. Costumo primeiro passar a ferro o fecho aberto, pelo avesso, com o ferro numa temperatura baixa, para desenrolar um pouco os dentes do fecho. Não fechem o fecho antes de o aplicar, ou os dentes vão voltar a enrolar para dentro. Começa-se por prender um lado do fecho ao pano direito da saia de forma que os dentes fiquem para cima e coincidam com a linha de costura:

Reparem que prefiro usar um fecho ligeiramente maior que o tamanho da abertura (que termina no alinhavo assinalado pelo meu dedo na foto). Cose-se usando o calcador especial como mostrado na foto, para que a costura fique mesmo rente aos dentes do fecho.

Começa-se em cima e termina-se no sinal da abertura (alinhavo), fazendo uns pontos atrás para rematar. A seguir prende-se e cose-se o outro lado do fecho no pano esquerdo:

Usando a outra ranhura do pé calcador, termina-se no sinal da abertura e remata-se com pontos atrás. O passo seguinte é fechar a costura abaixo da abertura do fecho e para o efeito dá jeito usar o pé calcador para fechos possibilitando coser mesmo rente à costura do fecho.

O fecho aplicado pode ver-se na foto seguinte:

6 – Reforço da costura do cós

Nas instruções da revista menciona-se a aplicação de entretela especial de reforço no cós da saia. Neste caso, a napa não aguenta o calor do ferro; uma solução possível é fundir a entretela no forro em vez de na saia:

Se não tiverem acesso a esta entretela especial de reforço podem utilizar fita de algodão ou até uma orla lateral do tecido do forro, que é bastante estável, e cosê-la junto com os panos da saia e do forro na costura do cós.

7 – Remate do forro na abertura da saia

Para rematar o forro sobre a abertura corta-se o forro como indicado na foto (não esquecendo o corte em viés no canto superior direito do forro).

Viram-se as margens para dentro e cosem-se com pontos à mão na guarnição da abertura. Como não podemos usar alfinetes para fixar o forro enquanto se cose, podemos usar fita-cola (durex em brasileiro):

Na foto seguinte podem ver o resultado final.

8 – Fotos da saia depois de confeccionada:




Espero que tenham gostado, este artigo e a saia já estavam prontos há bastante tempo, mas só o podia divulgar depois da revista sair. Fiquem bem!

(Fotos de mim a usar a saia aqui)

Once again I accepted the Portuguese BurdaStyle challenge to sew and document the making of a garment from the magazine. This time I made skirt #116 from the September issue, using black pleather (synthetic leather).

I found this pattern very interesting, presenting a variation from the regular darted pencil skirt by transforming the darts into horizontal rounded seams and shifting the side seams a little far behind the skirt. There’s also a side vent on one of the shifted side seams (for ease of movement), and an invisible zipper. In this article I share a few tips for sewing with leather or synthetic leather and also a few construction tips that apply to any fabric in general.

1 – Some specific notions/tools used

Here you can see the special purpose clips (they look like hair clamps) for holding the leather/pleather together while stitching; these are useful when pins or basted are not to be used avoiding piercing holes on a unforgiving material. If you’re using pins, make sure you are piercing the leather/pleather only on the seam allowance. These clips are also used for quilting. In the picture there’s also a special purpose Teflon foot (white colored), for using with leather and leather like fabrics, vinyl, etc.

I also used a special purpose foot for invisible zippers, since I went with the regular method for applying them. You can see a detail pic of this foot here:

Other notions/tools that you can find useful are the tailor chalk pencil (or just plain tailor chalk), special needles for leather, fabric glue and tape for substituting basting.

2 – Tracing/cutting advice

If you are sure about the fitting you can add SAs to the pattern and hold it to the pleather using pins on the SAs side:

3 – Machine stitching without using pins or hand basting

It’s possible to retain two layers of leather/pleather together using these clips, spaced about 2 inches apart. Take them out before reaching the needle, as you sew.

4 – Topstitched rounded seams

When topstitching, we are stitching on top of the pleather right surface and the Teflon foot alone may be insufficient for avoiding loose stitches. Use tissue paper strips along the stitching line to avoid loose stitches (literally stitch over the paper strips; they can be peeled off after the topstitching is done). See the final result next (right side and wrong side where you can see the grading and the clipping on the SAs):


5 – Invisible zipper using the special purpose foot

In this method the zipper is stitched to the seam allowances before closing the seam bellow the zipper (this is not the method of my preference, but I decided to use it for this project). I start by gently pressing the zipper coils flat from the wrong side of the zipper (iron set to synthetics), with the zipper open all the way down; don’t close it now or the coils will return to its original shape. First I pin down the right side of the zipper to the right side of the skirt, zipper coils aligned with the stitching line, as shown in the picture:

Notice that I prefer using a longer zipper (at least an inch longer) than the opening length (the end of the opening is marked by the basting thread – my finger is pointing to it). I stitched the zipper using a specialty zipper foot; its groves allow for stitching very close to the zipper coils.

Start stitching from the top and end by the end zipper notch (marked by basting thread), stitching backwards. Next move to the left side:

Using the other groove of the special purpose foot, I stitched from the top down ending by a few backstitches. Next, turned the skirt to the wrong side, closed the zipper and pulled the end of the zipper out of the way. I used the regular zipper foot to be able to start stitching right on the closure notch, stitching the seam closed all the way to the back vent notch:

Here’s the end result:

6 – Reinforcing the waistline seam

The instructions mention using fusing tape along the waistline stitching line on the skirt. Since pleather doesn’t stand the fusing heat without getting damaged, I fused the tape to the lining instead:

If you can’t find this fusing tape, don’t worry; you can use cotton tape or lining selvages for the same effect; you don’t need to fuse the reinforcement, just stitch it together with the lining/skirt layers when stitching the waistline seam.

7 – How I finished the lining on the skirt back vent

First I cut the lining as shown, clipping the corner seam right above the angle on the upper right corner:

I turned the Lining SAs to the inside and hand stitched them to the vent facings. To keep the lining secure as you hand stitch you can use basting tape:

Here’s the final result:

8 – The finished skirt:




Hope you enjoyed this article; I published and translated it here so my international readers could also benefit from the article, since you don’t have access to the Portuguese Burdastyle edition. You all have a nice day and thank you for visiting!

(Photos of me wearing the skirt here)

Blusa de seda padrão réptil – Snakeskin print silk blouse

Português
English (uncheck the other box and check this one)

Descrição do modelo: Blusa de voile traçada, de atar com grandes tiras que se prolongam das frentes. Tem colarinho com pé e escapulário (encaixe) atrás. As mangas são compridas e franzidas na parte do antebraço, para acomodar o comprimento extra.

Modelo original: Este molde saiu na revista BurdaStyle de Março, modelo 122A:

Preparação: Tracei o molde acrescentando 1,5cm de margens de costura; todas as marcações relevantes (pontos de aposição e pinças) foram marcadas com alinhavos. Para marcar as pinças, e devido à natureza escorregadia do tecido, primeiro fixei com alfinetes em torno das pinças e depois, com muito cuidado para não cortar o tecido por baixo, recortei a pinça em papel, para depois conseguir marcar o seu contorno com alinhavos soltos (ver como se faz aqui).

Confecção: Segui as instruções da revista, entretelando ambas as partes do colarinho e pé com entretela de malha fininha, mas devido à natureza do tecido que usei, decidi também aplicar no avesso tiras de entretela reforçadas com ponto de corrente em algumas costuras (encomendei deste website no Reino Unido), reforçando as cavas e o decote. Como o tecido é estampado, não se notam estes reforços no exterior da camisa depois de pronta. Eis como apliquei as tiras de reforço:

Nas partes exterior (em cima) e interior do escapulário:

Nas cavas das costas:

Nas cavas e decote da frente:

Para coser a camisa, usei linha especial Alterfil na máquina de costura e Serafil na corta-e-cose, que são as melhores linhas para coser com tecidos finos e frágeis (ver artigo da Sewing Diva Els a respeito destas linhas aqui). Também usei uma agulha muito fina na máquina (tamanho 60). Depois da camisa pronta, e para manter o franzido da manga (em vez de a usar simplesmente puxada para cima), cosi uma segunda vez sobre os valores de costura e rente à costura do avesso da manga com fio elástico na bobine, o que franze instantaneamente a costura de forma permanente:

Para verem como não se notam os reforços, aqui têm um detalhe do escapulário do direito e do avesso:


Conclusão: Fiquei muito contente e satisfeita com a blusa, e acho que a vou usar bastante neste tempo de transição para o Outono. Se quiserem, podem ver uma foto de mim a usá-la aqui.

Este fim-de-semana foi bastante produtivo e já consegui acabar a túnica Vogue 1195, só não sei se vou ter tempo para a publicar durante a semana (parece que vou ter outra daquelas semanas…).
Fiquem bem e obrigada por todo o apoio que me têm dado!


Description: Silk voile blouse has cross over tied front, shirt collar with stand and yoke. The sleeves on this blouse are extra long.

Original model: featured in the March BurdaStyle magazine, model 122A

Prep work: I traced the pattern adding 5/8 inches for SAs; all the relevant markings (notches and darts) were thread traced. For thread tracing the darts, it’s best to use pins to keep the fabric from shifting around the dart and then, very carefully, cut out the dart on the paper pattern. For general guiding on how I thread trace, click here.

Construction: I followed BurdaStyle’s instructions for the interfacing of both layers of the collar and collar stand (used thin knit fusible interfacing for that). Adding to the instructions I also decided to reinforce the armholes and the neckline using chainstitched fusible tape, which I ordered from this website in the U.K. I made sure that the fusing tape wasn’t noticeable from the right side; in spite of the very sheer fabric, due to the fabric busy print the tape wasn’t noticeable at all. I applied the fusible tape as follows:

Outer (the one on top) and inner yoke pieces, reinforcing armholes, neckline and shoulder seam:

Back armholes:

Front neckline and armholes:

I used Alterfil thread in the sewing machine and Serafil thread in the serger (read more about these special purpose threads in this article by Sewing Diva Els), which are optimal thread for sewing sheer fabrics. I also used a very thin machine needle, size 60. After finishing the blouse I stitched a second row of stitching on the lower half sleeve seam using elastic thread on the bobbin and sewing close to the original stitching, on the SA side. I added this step to be able to make the pushed up effect permanent on the sleeves:

Here’s a close-up of the yoke (right side and wrong side). The reinforcements aren’t noticeable at all:


Conclusion: I was quite happy with the end result and I think I’ll wear it a lot while the weather is still mild. You can see a picture of me wearing it here.

This was a quite productive weekend for me, and I was able to finish the V1195 tunic as well, but I’m not sure I’ll have the time for reviewing it before next weekend (I foresee another busy week ahead, at the office).
Happy sewing to all and thank you so much for the support I’ve been getting from my readers!